Os países membros do Brics estão avaliando a viabilidade técnica e econômica para a implementação de uma rede de comunicação de alta velocidade por cabos submarinos. Essa iniciativa foi oficializada na Declaração Final da 17ª Cúpula realizada no Rio de Janeiro, que ocorreu nos dias 6 e 7 de julho.
De acordo com o presidente Lula, essa conexão submarina fortalecerá a segurança dos dados, além de melhorar a velocidade do intercâmbio digital entre os países do bloco. O estudo de viabilidade será financiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do Brics, grupo que busca diminuir a dependência da infraestrutura global concentrada em países do Norte Global, como Estados Unidos, França, Japão e China.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância de um projeto próprio de cabos de fibra óptica para garantir que os dados permanecem sob controle dos países do Brics. Ela ressalta que a atual infraestrutura está concentrada em um grupo restrito de nações, o que potencialmente limita a soberania digital.
Além do estudo para os cabos submarinos, o bloco também aprovou um documento voltado à governança global da inteligência artificial, reforçando o compromisso com a inovação tecnológica e a segurança digital. No Brasil, por exemplo, existem 11 centros de competência dedicados ao desenvolvimento de soluções de IA voltadas à saúde, educação e agricultura, que fazem parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, apoiado por um investimento de R$ 23 milhões.
Segundo Santos, a busca por autonomia na tecnologia e na troca de informações é fundamental para que o Brasil e os demais países do bloco tenham maior controle sobre suas próprias redes e recursos tecnológicos. O Brics, que atualmente reúne 11 países membros permanentes e 10 parceiros, representa uma parcela significativa da economia mundial e do comércio global, reforçando a relevância de suas iniciativas na arena internacional.