Uma quadrilha responsável pelo maior ataque cibernético na história do país conseguiu desviar cerca de R$ 541 milhões do Banco BMP, pertencente ao Banco Central, usando uma conta na instituição. As transferências, realizadas por meio do sistema de pagamento instantâneo Pix, ocorreram em mais de 100 operações para 29 instituições financeiras diferentes. Algumas dessas empresas, que incluem bancos tradicionais e instituições de pagamento, tiveram o dinheiro devolvido por meio do sistema Pix, seguindo os protocolos antifraude do Banco Central.
A Polícia Civil de São Paulo revelou que bloqueou R$ 270 milhões que saíram da conta da BMP para uma única instituição, a Soffy, responsável por 69 transferências durante o golpe. Em resposta ao ocorrido, o Banco Central suspendeu temporariamente as atividades de seis empresas participantes do sistema de pagamentos, incluindo Voluti Gestão Financeira, Brasil Cash, S3 Bank, Transfeera, Soffy, e Nuoro Pay, enquanto investiga possíveis ligações com o ataque.
Essas empresas, que atuam de forma indireta no sistema Pix, dependem de instituições reguladas para realizações financeiras, e a suspensão foi autorizada com base na Resolução BCB nº 30, que permite a suspensão cautelar de instituições que possam comprometer o funcionamento do sistema.
A ação das autoridades reforça a importância de fortalecer a segurança dos sistemas de pagamento eletrônico, diante de uma ameaça crescente de criminalidade digital que teve impacto direto na economia nacional.