Em entrevista ao Tele.Síntese, Denio Alves Lindo, CEO e fundador da Desktop, manifestou sua discordância com a recente revisão da destinação do espectro de 6 GHz feita pela Anatel. Originalmente prevista para uso exclusivo em redes Wi-Fi, a faixa foi parcialmente alocada para a banda larga móvel, o que, na visão do executivo, limitará a expansão do Wi-Fi de alta capacidade.
“A minha proposta era 100% da faixa de 6 GHz para o acesso Wi-Fi, que é a tendência mais inteligente”, afirmou Alves Lindo. Ele enfatiza que essa mudança favorece o interesse de grandes operadoras, que buscam uma frequência exclusiva para serviços móveis, deixando o Wi-Fi, uma ferramenta crucial para redes locais de alta densidade, em segundo plano.
O CEO destacou ainda que essa divisão pode dificultar a fiscalização do uso do espectro por provedores de internet, tornando quase inviável o leilão para uso deste espectro na banda superior dos 6 GHz. Além disso, ele relatou que a tecnologia Wi-Fi 6, que atualmente atende mais de 50% de sua base de clientes, já oferece melhorias significativas, e a migração para Wi-Fi 7 é uma tendência natural para aprimorar ainda mais a experiência.
A Desktop tem realizado testes com Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7, mas a implantação em larga escala aguarda a disponibilização de terminais compatíveis. Alves Lindo também avaliou o uso do potencial total do espectro de 6 GHz em eventos de alta densidade de usuários, como rodeios, onde já consegue atender milhares de pessoas simultaneamente.
Entre os planos futuros da empresa estão a expansão para mercados de data center e a implementação de telefonia móvel por meio de MVNO, buscando diversificar e consolidar sua presença no mercado de tecnologia e telecomunicações.