A AIA-LAC, entidade que reúne gigantes como Google, Meta, Amazon e TikTok, lançou uma análise que refuta a proposta de cobrança pelo tráfego gerado pelas big techs na América Latina. Segundo o estudo, a imposição de taxas de rede, como o fair share, é considerada por eles como um movimento injustificado e potencialmente prejudicial para o ecossistema digital da região.
O relatório destaca que, enquanto o tráfego móvel cresceu impressionantes 1.200% entre 2016 e 2024, os investimentos feitos pelas operadoras de telecomunicações permaneceram relativamente estáveis, em torno de US$ 11 bilhões anuais. Projeções indicam que o tráfego de dados deve alcançar 20,7 exabytes por mês até 2030, enquanto os investimentos previstos para infraestrutura subirão para apenas US$ 12,6 bilhões.
Apesar do aumento no consumo, a indústria móvel apresentou crescimento de faturamento, saindo de US$ 55 bilhões para US$ 73 bilhões entre 2016 e 2024. Além disso, a margem Ebitda das principais operadoras manteve-se elevada, acima de 35%, demonstrando saúde financeira apesar dos desafios de geração de novas receitas.
A organização também rebate a alegação de que as redes móveis estejam sobrecarregadas, argumentando que há recursos e infraestrutura suficientes para suportar o crescimento previsto, além de contar com uma rede de 89 Pontos de Troca de Tráfego (IXPs) na região.
Por fim, a AIA-LAC critica a estratégia das operadoras de oferecer zero rating em alguns aplicativos, ponto que, segundo eles, entraria em conflito com a proposta de implementação de taxas de rede, podendo ainda diminuir o incentivo ao uso de serviços móveis. A entidade recomenda que o foco seja na regulação mais flexível e na transformação do setor para que seja mais eficiente e sustentável.