Em 2024, cerca de 20,9 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não possuíam telefone móvel para uso pessoal, o que representa 11,1% da população nessa faixa etária segundo o IBGE. Os dados do módulo anual da PNAD Contínua revelam que embora a posse de celulares tenha aumentado nos últimos anos, com apoio na redução das diferenças regionais, ainda há grupos mais vulneráveis. Nas áreas rurais, a expansão foi mais acentuada, passando de 54,6% em 2016 para 77,2% em 2024. Por região, as taxas mais baixas continuam no Norte e Nordeste, mas a tendência de diminuição das disparidades é clara. Além disso, a preocupação com privacidade e segurança cresce entre os usuários, refletindo uma mudança de percepção quanto ao uso do aparelho. Para os idosos, a taxa de posse chega a 78,1%, contudo, entre os mais jovens, o índice supera os 96%. O estudo também aponta que fatores econômicos e o desconhecimento de uso ainda impedem uma parcela da população de adquirir o aparelho. Os motivos alegados variam conforme faixa etária e nível de escolaridade, com a preocupação com privacidade mostrando aumento significativo em todos os grupos, sobretudo entre os mais jovens. A diferença entre os perfis de estudantes de rede pública e privada também é significativa: enquanto 94,2% dos estudantes da rede privada possuem celular, apenas 73,7% dos da rede pública têm o equipamento. O crescimento do acesso à internet via celular é notório, contudo, o entrave financeiro, além da falta de instrução, ainda impede a inclusão digital plena de uma parcela considerável da população.