Desde a década de 1990, o tema ESG (Environmental, Social, and Governance) passou por ciclos de ascensão e saturação. Em 2020, observamos uma fase de maior protagonismo, impulsionada pela emergência climática e questões de diversidade. Entretanto, os últimos anos marcaram um momento de estagnação e contestação, alimentada por crises geopolíticas e políticas internas, especialmente nos Estados Unidos.
O movimento ‘America First’, que prioriza interesses econômicos nacionais, teve um efeito transformador na abordagem das questões ambientais pelos EUA, levando à sua retirada do Acordo de Paris, ação que, embora simbólica, pode prejudicar a cooperação internacional na mitigação das mudanças climáticas. Ainda assim, a transição para energias renováveis permanece economicamente viável, sustentada por dados de investidores que continuam a alocar recursos na área.
No âmbito global, o impacto da política americana é ambíguo. Enquanto os EUA se afastam, a União Europeia intensifica seus esforços, promovendo ações como o Acordo Verde Europeu e regulamentos detalhados de divulgação de riscos ambientais. Assim, uma nova disputa pela liderança climática surge, com as principais potências internacionais delineando seu papel na governança do clima.
Mesmo com o retrocesso americano, a descentralização de recursos e o avanço de outras economias prenunciam uma dinâmica diferente. A emergência de alianças e o desenvolvimento de políticas ambientais mais robustas na Europa indicam que o futuro da liderança climática será marcado por um novo arranjo geopolítico, onde a cooperação se transformará em uma rede de múltiplos protagonistas.